Cultura

BAIANOS VÃO AO BONFIM EM FESTA MAIS POLÍTICA E PROFANA QUE RELIGIOSA

O cortejo começa às 9h
| 17/01/2008 às 00:25
Baianas com águas de cheiro vão lavar o adro da basílica do Senhor do Bonfiom (F/Div)
Foto:
  Milhares de baianos e turistas vão participar nesta quita-feira, 17, do cortejo e lavagem do adro da Basílica do Senhor do Bonfim.

  Muita gente pensa que Senhor do Bonfim é o padroeiro da Bahia ou mesmo padroeiro da cidade do Salvador. Nada disso. A padroeira da Bahia é Nossa Senhora da Conceição e de Salvador, São Francisco Xavier.

  Senhor do Bonfim, que no sincretismo religioso do candomblé é Oxalá, o supremo, é o santo mais popular da cidade do Salvador, querido pelos católicos, pelo povo de santo e pelo povo da birita.

   A festa de hoje é mais profana e política do que religiosa, ainda que muita gente se vista de branco e ponha fitas-do-senhor do Bonfim nos pulsos. Puro folclore. Rola muito mais cerveja do que incenso na festa. 

   O cardeal arcesbispo primaz do Brasil, Dom Geraldo Majella, não protesta contra o profano da festa. Seu antececessor, dom Lucas Moreira Neves, considerava um absurdo.
E fazia homérico protestos.

   Este ano, eleitoral porque de eleições municipais, os políticos vão levar seus blocos para o cortejo. O governador Jaques Wagner, por dever de ofício, deverá comparecer a festa e fazer todo o percurso entre as duas basílicas (da Conceição e do Bonfim, algo em torno de 9km) como manda a tradição, a pé. 

   Os demais políticpos agregados ao bloco da situação deverão alinhar-se com o governador. Mas, tem-se dúvidas se seguirão o governador durante todo o percurso.
 
   O Democratas, único partido que faz oposição na Bahia, não em Salvador porque está com o prefeito João Henrique, deverá levar seu bloco comandado pelo ex-governador Paulo Souto.

  A festa começa às 9 horas e os principais alvos de prováveis vaias são o prefeito João Henrique, por conta do PDDU, e a secretária de Justiça, Marília Muricy, por conta da demissão do advogado Sérgio São Bernardo.