Cultura

47 ANOS DA BANDA DO HABEAS E A ZOEIRA ELETRÔNICA, p SÉRGIO BARBOSA

Aordem a Saltur para repaginar a Barra, para em 2026, como um novo espaço de animação turístico-cultural agregador de moradores e visitantes em boa harmonia e limpa.
Sérgio Barbosa , Salvador | 27/02/2025 às 15:56
Banda do Habeas patrimônio da cidade
Foto: REP
   


CARNAVAL ACUSTICO DA BARRA ??
_Por Sérgio Barbosa_

A saída dos blocos acústicos (bandinhas), ontem, aqui na Barra, foi bem farta, com mais de trinta bandas, um bom sintoma de promissor futuro desse tipo de carnaval inclusivo com base retrô das marchinhas e aglutinador da multidão bem-comportada. Entretanto, vez por outras, as bandinhas eram asfixiadas pela música eletrônica de DJ’s instalada no quiosque-Beat (patrocinado) que no Farol, fez a Banda do Habeas Copos calar no circuito Sérgio Bezerra e seguir silenciosa em fila quase indiana e refazer-se voltando a tocar em frente ao edf. Oceania.

Quanta ironia simbólica no seu 47 aniversario de vida carnavalesca desta Banda persistente em viajar no tempo. Mas um bom Bezerra, não berra e avança com essa ideia de fazer um carnaval agradável, acústico e familiar no espaço da Barra já cansada das toneladas eletrônicas impositivas dos trios.

Esse circuito Sergio Bezerra parece carecer de uma intervenção cirúrgica da Saltur pra colocar _"stents"_ de alargamento para circulação das bandas e foliões analógicos. Caso contrário, o infarto dessa iniciativa acústica, parece ter morte anunciada pelos quiosques-camarotes sonoros digitais, que aprisiona em baias, tribos musicais sexualizadas e invade as artérias do folião, e. com anuência da Saltur que sinaliza não estar muito convencida com esse tipo de carnaval, o _“neo-acustico”_ , de Bandas de Sopro. É um tipo de carnaval mais rico de ritmos e poesia musicada e bem harmonizado com a multidão presente e que se nota agradar a gregos e baianos ao ponto da ausência de policiamento no circuito não foi notada por muitos e sem maiores problemas.

Policiamento só no "check-point" de entrada no Porto da Barra e em duas patrulhas de 3 policiais cada, na rua de _"check-out"_ , Miguel Burnier, uma babel das ubers e motos tão confusa quanto uma bolsa de valores.
Apesar da ampla e farta oferta de bebidas, a galera jovem estava sedenta de animação e viu as bandas passarem cantando coisas diversas que até o quiosque musical da Beat foi convidado a parar pra ver velha guarda desfilar na avenida restringida pela multidão de foliões, um truck-trio-elétrico já posicionado para o dia seguinte e caminhões de limpeza pública no final do circuito perto do restaurante Barravento.

Já é carnaval, cidade... acordem a Saltur para repaginar a Barra, para em 2026, como um novo espaço de animação turístico-cultural agregador de moradores e visitantes em boa harmonia e limpa.
Axé babá.