Cultura

2 DE JULHO É MARCADO POR MUITAS FILARMÔNICAS E BANDAS E POUCO CIVISMO

A música foi a componente mais forte durante o cortejo pela manhã
Tasso Franco , da redação em Salvador | 02/07/2025 às 13:40
Muita banda e pouco civismo
Foto: BJÁ
   Os festejos ao 2 de Julho na parte da manhã, hoje, entre a Lapinha e a Praça Thomé de Souza, tiveram como novidade a presença de muitas filarmônicas à frente do desfile das autoridades, o governador do estado, Jerônimo Rodrigues; e o prefeito da capital, Bruno Reis, como tradicionalmente ocorria.

   Filarmônicas demais vindas do interior e bancadas pelo governo do estado entulharam o desfile na abertura, assim como um excesso de fanfarras. Com isso, os carros da cabocla e do caboclo só chegaram ao Pelourinho por volta das 11h e pouco ficaram no largo e em frente a igreja de Noossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, com a confraria politizada e integrantes portando placas protestando contra o prefeito e o piso dos professores.

   Pronto: a confraria se politizou, o que não é bom para a instituição. O povo compareceu em massa ao cortejo e o presidente da República, Lula da Silva, esteve rapidamente na Soledade e desfile um trecho na carroceria de uma caminhonete cercado de seguranças.. 

  Em nota, a Secult-BA, por meio da Fundação Cultural do Estado, garantiu a participação de 10 filarmônicas no tradicional cortejo de Dois de Julho, em Salvador, destacando o papel essencial dessas instituições na preservação da memória e diversidade musical da Bahia. Para viabilizar a presença dos grupos, foi oferecido auxílio transporte que varia de R$ 2 mil a R$ 6 mil, de acordo com a distância da sede da banda até a capital.

As fanfarras escolares voltam a ocupar as ruas, com a participação de 154 escolas da rede estadual, sendo 26 da capital e Região Metropolitana e 128 do interior. A ação faz parte do Projeto Fanfarras Escolares, que visa incentivar a vivência estudantil em eventos cívicos. A programação contou ainda com a participação dos estudantes em Cachoeira, onde as festividades começaram em 25 de junho.

Segurança

Com o objetivo de manter a segurança durante os festejos, mais de dois mil agentes das forças de segurança foram mobilizados. Aliado a isso, a SSP ativou o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), reunindo 24 órgãos estaduais e municipais. 

 O esquema envolve câmeras de reconhecimento facial, plataforma de observação elevada, o uso de drones e a atuação conjunta da Polícia Militar, Polícia Civil, Bombeiros Militares e Departamento de Polícia Técnica. A meta é repetir o sucesso de 2024, quando nenhum crime grave foi registrado durante o evento.

“Trazer essas inovações para que a gente possa garantir a tranquilidade nessa data tão importante, que nós possamos fechar com paz e com muita segurança”, afirmou o secretário Marcelo Werner, que esteve, ele próprio, cercado de inúmeros seguranças. Pareceu-nos um exagero.

AS MULHERES

  A vice-prefeita de Salvador e secretária de Cultura e Turismo (Secult), Ana Paula Matos, destacou a força do 2 de Julho e o protagonismo feminino nas lutas pela libertação do território brasileiro do domínio de Portugal. Ao lado do prefeito Bruno Reis, a gestora participou da primeira parte do cortejo que celebra os 202 anos da Independência do Brasil na Bahia, na manhã desta quarta-feira (2).

"O 2 de Julho é um evento que carrega o nome e a coragem de grandes heroínas, como Maria Quitéria, Joana Angélica e Maria Felipa. Mulheres que lutaram com força, inteligência e bravura por um Brasil livre e soberano", afirmou.

  Nenhuma dessas três mulheres lutaram na guerra: Maria Quitéria se alistou num batalhão de espera, o Periquitos; Joana Angélica, num convento; Maria Felipa há dúvida se essa personagem existiu de fato.