Salvador

NA VOLTA DE CARROS DO CABOCLO E CABOCLA Á LAPINHA CHUVA ATRAPALHOU

A chuva que caiu no final de semana atrapalhou o brilho do retorno dos caboclos
Tasso Franco , da redação em Salvador | 06/07/2025 às 17:39
Carros retornaram ao panteão
Foto: FGM


Religiosidade, tradição e festa marcaram a Volta da Cabocla na noite deste sábado (5), com o retorno dos carros dos Caboclos do Campo Grande para o Memorial 2 de Julho, no Largo da Lapinha. Nem mesmo a chuva que atingiu Salvador afastou baianos e turistas desta tradição, que integra as comemorações pelo 2 de Julho na capital baiana e é realizada todos os anos no dia 5. A caminhada começou às 18h30 e foi animada pela Orquestra do Maestro Reginaldo de Xangô.

A web designer Isabela Santos, de 56 anos, era uma das pessoas que seguiam ao lado do carro com a imagem da Cabocla. A ideia era manter a posição até o fim do desfile, assim como faz todos os anos. “Vou sempre junto ao carro, já é uma tradição participar desta forma. Eu gosto muito e vivo a cultura da minha terra, então isso é muito importante para mim. Vou na fé, e a cultura é isso”, relata. 

Da saída até a chegada à Lapinha, mais pessoas foram se integrando ao cortejo, contribuindo para a realização de uma grande festa durante o percurso, que inclui a avenida Sete de Setembro, Pelourinho, Santo Antônio Além do Carmo, Soledade e Lapinha.  

O presidente da Fundação Gregório de Mattos, Fernando Guerreiro, enfatiza o caráter popular do evento. “É o povo na rua, tomando conta, e este é um encerramento maravilhoso. O 2 de Julho é uma festa muito facetada, são vários momentos, várias ações”. 

Batalhão Quebra-Ferro – Assim como no Cortejo do 2 de Julho, o Batalhão Quebra-Ferro foi o responsável por conduzir os carros dos Caboclos de volta ao Memorial. O grupo é composto, em sua maioria, por servidores da Secretaria de Manutenção da Cidade (Seman), que assumem esta responsabilidade durante os festejos.

O coordenador-geral do Batalhão, Paulo Sérgio Teixeira, destaca a sensação de dever cumprido em mais um ano. “A gente dá o nosso melhor todos os anos, com o apoio da Prefeitura e a união da nossa secretaria com a Fundação Gregório de Mattos, que foi um sucesso. A cada ano é melhor, e quem não veio, que venha nos próximos. O Batalhão vai estar aqui novamente”, contou. 

Única mulher presente no Quebra-Ferro, Iracema Alves, de 55 anos, herdou a tradição mantida pelo pai, Cosme, por mais de dez anos. O tio dela, Damião - irmão gêmeo de Cosme -, também faz parte do grupo e celebra o aniversário justamente no dia 2. 

Iracema se emociona ao falar sobre a relação com a festa e lembra que, desde pequena, ia com a família ver a programação da Independência. “Me senti na obrigação de estar aqui, porque meu pai fazia questão da família unida neste dia. É a festa do povo, da Independência e também do aniversário dele. Eu faço todos os rituais, incluindo o altar lá em casa, e hoje estou aqui por amor, pela lembrança e pela educação que ele trouxe para a gente. Isso é uma tradição e eu agradeço a Deus sempre”, afirmou.

Programação – As comemorações pelo 2 de Julho seguem nesta semana com a Festa de Labatut, realizada de 11 a 13 de julho, no final de Linha de Pirajá. Já no sábado (12), a partir das 8h, ocorre o 3º Festival de Fanfarras e Balizadores no Largo do Campo Grande. A celebração será encerrada no domingo (13), às 8h, com uma missa na Igreja de São Bartolomeu, em Pirajá.