Segundo Geraldo Guedes, coordenador da Comissão Nacional Pró-SUS e um dos organizadores da mobilização, os atendimentos de urgência e emergência serão mantidos. "A mobilização não vai ferir o código de ética, que prima pelo atendimento integral em casos de urgência e emergência", explica.
BAIXOS SALÁRIOS
As principais críticas são a falta de infra-estrutura no SUS e os baixos salários, que obrigam os profissionais a acumular dois ou mais empregos e diminuem a qualidade do atendimento. "Entendemos o SUS como um grande plano de saúde para a maioria da população brasileira. Mas acreditamos também que ele deve existir de forma a proporcionar atenção integral ao cidadão, e não é isso o que vêm acontecendo", afirma Guedes.
Segundo o médico, a falta de infra-estrutura do SUS é a principal responsável pelo alto número de partos do tipo cesariana no país, um dos maiores do mundo. O parto normal pode levar até 12 horas e o médico deve acompanhar o procedimento. No entanto, devido à baixa remuneração cerca de R$ 200 por todo o período em que o profissional passa ao lado da paciente a solução acaba sendo a cesariana, mais rápida e que permite ao profissional o acompanhamento de várias pacientes.
Uma das reivindicações da campanha é o estabelecimento do piso salarial de R$ 6.963,52 para 20 horas de trabalho, além de adoção de um plano de cargos e salários. Hoje, de acordo com Guedes, há locais no Nordeste em que os salários dos médicos não passam de R$ 600 mensais.