Saúde

FEBRE AMARELA: VACINA DEIXA DUAS PESSOAS EM ESTADO GRAVE

Minsitro da Saúde diz que não há motivos para pânico
| 18/01/2008 às 23:01
  - Desde que foi dado o alerta contra a febre amarela, no final do ano passado, 31 pessoas que tomaram a vacina foram hospitalizadas e duas seguem internadas em estado grave. Os dados são do Ministério da Saúde. Em Brasília, uma mulher está em estado grave, no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), mas o ministério não confirma se este caso está contabilizado entre os 31.

  O secretário de Vigilância em Saúde, Gerson Penna, explicou que os efeitos colaterais são normais e esperados, tanto que nos últimos quatro anos 478 pessoas procuraram o hospital depois de tomar a vacina. "Nenhuma medicação imunobiológica é inócua", alertou.


  As reações, acrescentou, podem variar de dor de cabeça, febre e vômito a outras bem mais graves, como meningite e convulsão. "Por isso as pessoas não devem se revacinar desnecessariamente", alertou.


  Como a vacina é feita com o vírus da febre amarela enfraquecido, muitas pessoas desenvolvem os sintomas da doença, explicou. O mesmo acontece com outras vacinas, como aquelas contra sarampo e rubéola, por exemplo, citou.


  Penna disse que as reações podem ser ainda piores quando o intervalo de dez anos entre uma dose e outra não é respeitado. E ressaltou que os efeitos adversos "não devem intimidar quem ainda não se vacinou, porque o risco-benefício é muito melhor do que entrar na mata, morar na zona endêmica e morrer de febre amarela, quando se tem uma vacina altamente eficaz fabricada no Brasil".


 No Pará, o garimpeiro Manuel Rosa de Oliveira disse saber que já tomou a vacina, mas não lembrar da data. Ele hoje procurou o posto de saúde e fez um novo cartão: "Na dúvida, resolvi buscar o posto médico e me vacinar, para não correr o risco de pegar o vírus na mata".


Mulher em
estado grave


A paciente de 36 anos, internada no Hran, desde 10 de janeiro, procedente do Riacho Fundo II, deu entrada no hospital com o quadro de dificuldade de andar e episódios de desmaio. Evoluiu para um estado grave com paralisia dos membros inferiores, posteriormente superiores e dispnéia.


Segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, ela recebeu a vacina contra a febre amarela em 30 de dezembro. Examinada por uma equipe médica, as hipóteses diagnósticas são: processo infeccioso agudo, síndrome de Guillain-Barré e reação adversa à vacina contra a febre amarela. Foram solicitados vários exames e os resultados devem sair na próxima semana.


Hoje à tarde, a paciente encontra-se com o quadro clínico grave e respira com o auxílio de aparelhos. Continua acompanhada pela equipe médica da Unidade de Terapia Intensiva(UTI), com suporte da Clínica de Infectologia.


Sete mortes
confirmadas no País


Somente em 2008, sete pessoas foram vítimas fatais da doença em todo o país. O número já se iguala a soma de todos os óbitos ocorridos pela doença em 2007 (cinco) e 2006 (dois). Outras três pessoas já tiveram o diagnóstico da doença confirmado este ano e estão em recuperação.


Segundo o Ministério da Saúde, desde outubro o governo sabia que havia o risco de uma epidemia de dengue neste verão. Como o mosquito que transmite a dengue e a febre amarela urbana é o mesmo, o Aedes aegypti, desde então, as medidas necessárias para evitar uma epidemia estão sendo tomadas.


Desde dezembro de 2007, mais de 5 milhões de doses de vacinas contra febre amarela foram distribuídas pelo MS para 24 unidades federais.  O ministro da Saúde José Gomes Temporão afirmou que, desde 2000, havia queda no número de óbitos por causa da doença. De acordo com números divulgados pelo ministério, naquele ano foram registradas 40 mortes, caindo para duas em 2006. No ano passado, foram cinco, número que o ministro considera pequeno.