O desenvolvimento da pílula anticoncepcional, criada no final da década de 50 nos EUA, gerou uma verdadeira revolução de costumes no ocidente, ao separar sexo de gravidez e permitir que a mulher escolhesse o momento mais adequado para ter filhos.
Dos anos 60 para cá, a realidade feminina mudou completamente. As mulheres passaram a priorizar sua formação profissional e a disputar o mercado de trabalho. Atualmente, é comum muitas mulheres optarem por ter filhos depois dos 35 anos, fase em que a fertilidade já está em declínio.
FERTILIZAÇÃO IN VITRO
No Brasil e em vários outros países do mundo, a procura por fertilização in vitro usando óvulos doados por mulheres mais jovens está crescendo entre as mulheres na chamada perimenopausa (fase de transição que marca o fim da vida reprodutiva feminina). A técnica é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina, que estabelece que a doação não pode ter caráter lucrativo ou comercial e os doadores não podem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa. A doação entre familiares também não é permitida.
A doadora é sempre uma mulher mais jovem, também infértil, com capacidade de produzir uma grande quantidade de óvulos e que ao submeter-se a fertilização in vitro aceita, altruísticamente, doar parte dos seus óvulos excedentes.
Na doação de óvulos, a doadora passa por um processo de indução da ovulação através de injeções de hormônio para estimular o ovário. A retirada é feita com uma agulha pela vagina sob sedação. Além de vários exames laboratoriais que comprovam sua saúde, é feito um levantamento das características fenotípicas das doadoras (cor da pele, dos olhos, peso e altura), tipo sangüíneo, exames genéticos para doenças hereditárias, investigação das doenças que já teve e teste negativo para doenças infecciosas sexualmente transmissíveis (hepatite, sífilis, Aids etc). A seleção de doadoras leva em consideração as semelhanças físicas, imunológicas e tipagem sanguínea compatível com a receptora.
A receptora também é tratada com hormônios que preparam o endométrio para receber os embriões. O processo é geralmente feito através da tradicional fertilização in vitro ou da injeção intra-citoplasmática de esperma. Doadoras e receptoras devem passar por um aconselhamento psicológico.