Papéis espalhados pela mesa, ligações a qualquer hora, reuniões de negócios. Desde que o mundo é mundo, esse cenário faz parte da rotina de trabalho dos grandes empresários. Entretanto, na tentativa de se desvincular da correria do universo dos negócios, esses profissionais decidiram investir em diversão, arte e tudo aquilo que possa desacelerar o ritmo estressante das grandes cidades.
Uns gostam de correr, outros preferem pintar e ainda existem aqueles que sentem prazer em cozinhar e saborear um delicioso prato gastronômico. É o caso do empresário Armando Freitas. Apaixonado por culinária, o presidente da Escrita Comunicação Visual, começou a se interessar pelo assunto na década de 80. Na época foi proprietário de algumas casas gastronômicas, porém, apesar do interesse, não tinha tempo para praticar a atividade.
Hoje, no entanto, não tem mais problemas com isso, possui um espaço gourmet em casa e tem a culinária como hobby preferido. "Reunir em casa esposa e filhos para degustarmos e cozinharmos a dez mãos é um momento muito especial", além disso, gosta de comprar pessoalmente os ingredientes para o jantar, "hoje aprecio a cozinha natural sem adição de gordura e tenho cuidado na escolha dos elementos que fazem bem a saúde", ressalta.
E não é só isso, quando viaja, seja nacionalmente ou internacionalmente, no roteiro deve estar incluso conhecer o melhor restaurante local. "Participo e promovo cursos no meu espaço e, quando viajo, sempre adquiro utensílios interessantes, livros de gastronomia de outros países e de gourmets conceituados, como Alex Atala", conta.
Espantando males
O hobby é uma atividade prazerosa, um passatempo que as pessoas praticam para se divertir, fazendo o que gostam e associando ao estilo viver bem. Assim como Armando, outros empresários têm hobbies com pelo menos dois pontos em comum: acabar com o stress e conquistar a tão sonhada satisfação pessoal.
É essa a intenção do gerente de ações corporativas da TIM Leste (Minas Gerais, Bahia e Sergipe), Maurício Bianco. Percussionista da banda Tambor Mineiro há mais de 5 anos, conta que sempre se identificou com a percussão. "Tenho muito interesse pelas raízes culturais que tecem a colcha de retalhos da rica cultura do povo brasileiro e latino-americano", afirma.
De acordo com Maurício, os ensaios do grupo não interferem no trabalho. Geralmente, acontecem uma vez por semana e a maioria das apresentações são à noite ou nos finais de semana. Para ele, uma atividade artística torna a passagem pela vida mais leve e completa: "além de ser muito enriquecedor, humanamente falando, tocar um instrumento, mesmo de forma amadora, proporciona muita satisfação, não só para quem executa, mas também para quem escuta e dança", conta.
Além disso, atividades como essa, contribuem para melhorias nos relacionamentos interpessoais. Segundo Bianco, como o grupo é composto por várias pessoas, os diferentes pontos de vista ajudam em conclusões que atendam a um número maior de necessidades. "Depois do Tambor Mineiro me tornei mais sensível, a experiência artística contribuiu muito com a criatividade e abertura mental no dia-a-dia do meu trabalho", afirma.
Contato com a natureza
Para muitos, estar em contato com a natureza é um fator essencial para a escolha de atividades. Alguns aproveitam para exercitar a mente e o corpo, acalmando as tensões do dia-a-dia aliado ao prazer de respirar um ar puro. Isso aconteceu com Egídio Guelpa, sócio da Pizzaria e Tapiocaria Coco Bahia que mudou sua rotina desde que se viu apaixonado por windsurf. Há 7 anos ele pratica essa atividade e desde então consulta diariamente sites de previsão do tempo para programar sua próxima velejada.
"Tudo começou na Represa de Guarapiranga quando morava em São Paulo. Sempre tive o mar como meu elemento de equilíbio emocional, seja observando ou interagindo com ele", declara. Somando essa sinergia com o mar, a admiração pelas imagens, a necessidade de prática de exercício físico e o desafio do aprendizado, que exige muita técnica e perseverança, Egídio encontrou no windsurf um aliado ideal. "Isso me faz pensar que existem ótimas coisas na vida que estão bem por perto e nos motivam a superar os problemas", acrescenta.
Mesmo com a dificuldade de praticar um esporte que depende de condições climáticas propícias, o empresário encontrou alternativas para driblar isso: "às vezes, quando amigos velejadores ligam anunciando a presença de bons ventos na orla, dou uma fugidinha do trabalho. Como nem sempre tenho essa flexibilidade, aprendi também a velejar de kitesurf, que exige menos intensidade de vento", afirma.
Vale ainda ressaltar que para velejar bem é necessário, além de um bom condicionamento físico, concentração na atividade. De acordo com Egidio, é impossível velejar e pensar nos problemas ao mesmo tempo, a intenção é desligar-se completamente do mundo naquele momento. Para ele, isso se torna ainda mais fácil com a contribuição de cenários como Barra do Jacuípe, Itacimirim, Jericoacoara, Delta do Parnaíba, Isla Margarita.
"O benefício não é só para a saúde física, mas também mental. Estar no meio do mar, sem ruído de motor algum, somente ao som do vento rasgando a água a 40 km/h, às vezes desviando de tartarugas ou cruzando cardumes de pequenos peixes que saltam assustados com o movimento da prancha não tem preço. É mais que uma terapia!", acredita Guelpa.