Saúde

ESTRUTURA QUE ATENDE O SUS NA BAHIA AINDA VEM DA ÉPOCA DO "CARLISMO"

Vide nosso comentário
| 16/09/2008 às 14:24

Precisou a imprensa flagrar um candidato trocando exames médicos pela rede SUS por votos em Salvador, para o secretário estadual Jorge Solla, da Saúde, resolver mandar apurar o caso.


Em junho passado, este Bahia Já tinha alertado que decorridos quase um terço do tempo da atual administração estadual petista, os profissionais e a classe empresarial responsável pela prestação de serviços médicos na Bahia aguardavam sinais de que a estrutura que atende ao SUS seria alterada, tendo em vista que continua a mesma implantada no inicio da década de 90 passada, no ultimo governo de ACM.


É do conhecimento geral,que o credenciamento dos prestadores de serviços, feita há quase 20 anos, baseou-se no apadrinhamento dos poderosos da época, constituindo-se a partir dai num verdadeiro instrumento de ação política partidária, sendo decisivos na eleição de prefeitos e deputados por anos a fio. Para comprovar esta afirmativa basta saber quem é o beneficiário, do ponto de vista eleitoral, dos serviços de cada unidade de saúde que atende ao SUS, seja na RMS como em todo interior do Estado.


LICITAÇÃO JÀ


Estes setores defendem não a apuração isolada de casos de irregularidades, mas a cura do mal pela raiz, com a realização de uma ampla licitação aberta a todos que atendam as exigências, garantindo que seja processada, sem cartas marcadas, a escolha dos substitutos dos atuais prestadores de serviços ambulatorial e hospitalar, principalmente os particulares que entraram pela janela, via "favor político", e se perpetuaram no lugar, normalmente atendendo péssimamente ao grande publico que depende do SUS, em favor dos possuidores de convenio.


O que mais causa intriga aos defensores desta ampla revisão na rede de atendimento é que o secretario Jorge Solla, quando exercia a Secretaria de Atenção Básica do governo federal, defendia visceralmente a medida, tendo aparentemente recuado da intenção moralizadora e democrática para o setor.


Por fim, o que entristece é ver a estrutura de saúde pública brasileira sendo objeto de forte manipulação, pouco adiantando o que foi concebido na Constituinte de 1988, quando criou-se o SUS para substituir os feudos do atendimento médico pelos famigerados Institutos de Pensões, continuando tudo dantes com antes e o povo carente sofrendo para ter o mínimo de assistência digna.