A partir de hoje (24), Salvador passa a contar com atendimento do Programa Nacional de Promoção à Saúde do Homem. O serviço é primeiro do Brasil e vai funcionar, em Amaralina, no Centro de Referência de Doenças Cardiovasculares Adriano Pondé, que teve suas modalidades médicas ampliadas para prevenir, identificar e tratar as doenças que atingem ou são mais freqüentes no sexo masculino, como câncer da próstata, disfunção erétil e alcoolismo.
O programa que será oficialmente ao Conselho Nacional de Saúde no próximo dia 8 foi lançado em Salvador, com a presença do seu coordenador nacional, Ricardo Cavalcanti, do provedor da Santa Casa da Misericórdia, Álvaro Conde Lemos e a coordenadora municipal do programa, Lucélia Magalhães. O ministro Gedel Vieira Lima também participou da solenidade de lançamento do programa.
De acordo com a Secretaria de Saúde, até o final do ano, o serviço será prestado também no Subúrbio Ferroviário e nos bairros de Pau Miúdo e do Rio Vermelho. Para o ministro Gedel Vieira Lima, o fato de Salvador ter sido escolhida para o lançamento do Programa Nacional de Promoção à Saúde do Homem é uma prova da vanguarda da saúde pública no município.
SAÚDE DO HOMEM
O coordenador nacional do programa explicou que a iniciativa vai cobrir a uma lacuna do setor público, que é a ausência de atenção específica para a saúde do homem. "Já temos no Brasil programas específicos para a saúde da mulher, da criança e do idoso. Faltava um programa para assistir os homens", explicou Ricardo Cavalcanti, que representou o ministro José Gomes Temporão no evento.
Ele destacou ainda que os homens entre 25 e 59 anos formam a maioria da força produtiva do país. "Prevenindo e tratando as doenças que mais acometem os homens estamos também contribuindo para a saúde da economia do país". O coordenador explica que serviço cria um ambiente ideal para os homens sintam-se à vontade para falar de seus problemas de saúde.
Segundo Cavalcanti, o grande desafio do programa será quebrar a resistência dos homens e aumentar sua procura masculina pelos serviços de saúde, que estatisticamente é muito inferior à demanda feminina. Dados do Ministério da Saúde mostram que em 2007, as mulheres se submeteram a cerca de 17 milhões de consultas ginecológicas, enquanto 2 milhões e 700 mil homens procuram os médicos urologistas para exames regulares.
Uma das principais barreiras que impedem os homens de procurar os ambulatórios é a cultural. "Em geral, eles se consideram invulneráveis, um resquício do pensamento mágico adolescente. Outro problema é que alguns consideram os procedimentos médicos, como exame para detecção do câncer de próstata invasivo. E de nossa parte faltava um serviço de ambulatório para atender as especificidades masculinas", afirma.