Construído pelo governo do estado e há pouco mais de dois anos administrado pelas Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), o Hospital do Oeste, de Barreiras, já se tornou referência para 900 mil habitantes da região oeste da Bahia, de acordo com dados fornecidos pela Secretaria Estadual da Saúde.
Os números são animadores, especialmente no que se refere ao atendimento prestado pelas unidades de terapia intensiva, neonatal e de queimados do hospital - especialidades até então inexistentes na cidade e região.
Entre os exemplos da significativa melhoria no atendimento, está o serviço prestado pela UTI Neonatal, setor que apresentou várias inovações e possibilita a milhares de famílias ter filhos com segurança. Há dez anos, a taxa de sobrevivência de recém nascidos considerados prematuros extremos -, ou seja, que nasciam com peso inferior a 1.200g - chegava a quase zero.
Com a unidade de terapia intensiva instalada no hospital em janeiro do ano passado, o índice de sobrevivência dessas crianças já chega a 89%. Graças a esse trabalho, a taxa de mortalidade neonatal caiu de 26,4% em 2006 (antes da implantação do HO), para 6,3% no final de 2007.
BENEFICIADOS
A dona de casa Marluce Lima de Araújo, que mora no povoado de Perdizes - zona rural de São Desidério (distante 70 km de Barreiras) -, é uma das beneficiadas. Marluce teve um bebê prematuro, pesando apenas 640 gramas, e depois de três meses a criança, que recebeu os cuidados da UTI, saiu do hospítal em bom estado de saúde e pesando 2,2 quilos.
Para Marina Barbizan, líder de enfermagem da UTI Neonatal, além da infra-estrutura necessária, a unidade trouxe para o oeste um atendimento diferenciado. "Nós recebemos pacientes de toda a região e temos todos os equipamentos fundamentais para atender os bebês prematuros. É importante ressaltar que cada criança prematura que chega e que salvamos é uma família que ganhamos, pois, criamos vínculos com os pais e com o recém-nascido", comenta.
Dotada de equipamentos especializados para atendimento a pacientes críticos, a Unidade de Queimados também tem obtido taxa de sobrevivência da ordem de 100% entre as pessoas atendidas. Estudo realizado entre janeiro de 2007 e julho de 2008 revelou que a permanência média dos pacientes nessa unidade foi de 18 dias - resultado dentro dos padrões observados em hospitais de referência de todo o país no atendimento a queimados.
De acordo com o Dr. Gustavo Guimarães, diretor clínico do HO, antes da unidade de queimados em Barreiras, as pessoas que sofriam queimaduras de grandes proporções ficavam com seqüelas permanentes. "As pessoas não tinham atendimento adequado. Hoje, temos médicos especializados em cirurgia reparadora e os resultados são bastante positivos".