Saúde

SAÚDE COMEMORA 10 ANOS DO CENTRO DE SAÚDE EM ATENÇÃO AO IDOSO

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| 22/01/2009 às 19:22

"Eu me achava doente, não comia, me caiu até água do olho no consultório da médica. Usei remédio, e nada. Ela me informou do Creasi. Aqui me deram exame e agora frequento uma escolinha onde a gente fala o que sabe e o que não sabe aprende. Agora, vou espiar a festa".

A escolinha a que Guilherme Ferreira Lima, de 88 anos, se refere são as sessões de terapia de grupo de que ele participa no CAPs (Centro de Atenção Psicossocial) existente no Creasi - Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso, que dispõe de ambulatório com mini-equipe formada por geriatra, enfermeiro, assistente social, psicólogo e psiquiatra, como explicou a psicóloga Fabiana Souza.

 

"Estamos comemorando uma década vitoriosa do Creasi e do Cepred, do qual participei desde a primeira pesquisa. Em Vitória da Conquista, montamos um serviço de fisioterapia e reabilitação com apoio do Cepred e, quando atuei no Ministério da Saúde, vi o quanto este Centro contribuiu para a criação de uma rede integrada de reabilitação às deficiências", afirmou o secretário Jorge Solla.
 
Ele reconheceu o trabalho do professor José Maria de Magalhães Netto, secretário da Saúde quando o Cepred e o Creasi foram criados, e destacou os avanços alcançados pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) na atual gestão em diversas áreas importantes da assistência. "A população precisa saber o importante patrimônio que é o SUS (Sistema Único de Saúde), os benefícios recebidos e a qualidade de vida que os usuários do Cepred e do Creasi passam a ter", destacou o secretário.

 

DEZ ANOS

As diretoras do Creasi, Mônica Frank, e do Cepred, Normélia Quinto, relataram o trabalho realizado naquelas unidades desde o início e a evolução desse trabalho ao longo dos últimos dez anos. Mônica Frank destacou a união e o espírito inovador de sua equipe e lançou um folder interativo no qual o idoso pode registrar sua história de vida e os projetos que ainda quer desenvolver, auxiliando-o a resgatar sua memória e auto-estima.

Normélia Quinto referiu-se à luta para criar o Cepred quando não se acreditava na capacidade e compromisso do servidor público e na potencialidade das pessoas com deficiência. O superintendente de Atenção Integral à Saúde, Alfredo Boa Sorte, enfocou a necessidade de se organizar redes de atendimento ao idoso e ao deficiente com a mesma qualidade também no interior, extensivo a toda a população.

 

HISTÓRICO

 

Inaugurados em 22 de janeiro de 1999, no bairro de Brotas, nas instalações do Centro de Reabilitação Profissional do INSS, o Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso (Creasi) e o Centro Estadual de Prevenção e Reabilitação de Deficiências (Cepred) funcionam no Centro de Atenção à Saúde Professor José Maria de Magalhães Netto (CAS), próximo ao Iguatemi, local para onde os serviços foram transferidos em 2002.

 

O Creasi começou a funcionar com 27 funcionários e atualmente conta com 168, entre médicos (geriatras, psiquiatras, neurologistas e ortopedistas), enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, odontólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, farmacêuticos, auxiliares de enfermagem, pessoal administrativo, entre outros. O centro, que desde a inauguração contabiliza cerca de 19 mil pacientes inscritos, atende a demanda referenciada por unidades de saúde da atenção básica e desde o ano passado promoveu mudanças no perfil de atendimento e passou a acompanhar os pacientes em cinco diferentes ambulatórios, a depender dos cuidados que necessitam.

 

Segundo a geriatra Mônica Frank, a expectativa de vida no Brasil está em torno de 71, 4 anos e se observa uma mudança no perfil epidemiológico, com as doenças cardiovasculares aparecendo entre as três principais causas de óbito na Bahia, o que evidencia a necessidade de organização da assistência ao idoso no estado. Nesse contexto, o Creasi é a única opção de atuação interdisciplinar na rede SUS.

Além da assistência em diversos planos de atenção, o Creasi atua na formação de profissionais e no gerenciamento e na dispensa de medicamentos de alto custo para portadores de osteoporose, Parkinson, dislipidemias e Alzheimer, com mais 13 mil pacientes inscritos. A unidade dispõe ainda de um serviço de densitometria óssea, voltado para pacientes com suspeita de osteoporose e de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPs), que presta assistência a pacientes idosos que apresentam algum tipo de transtorno mental.