Com os avanços da medicina, hoje já é possível avaliar a reserva ovariana da mulher e prever aproximadamente quanto tempo de vida fértil uma mulher ainda terá. Segundo pesquisadores, estima-se que 13 anos antes da mulher atingir a menopausa ela já apresenta sinais que podem ser identificados por um especialista. 

   Através de exames de dosagens hormonais, pode-se avaliar o nivel da reserva ovariana, o que permite que a mulher com mais de 30 anos planeje da melhor forma sua maternidade.

   Para falar sobre o assunto, o ginecologista Joaquim Lopes, especialista em Reprodução Humana, vai ministrar a conferência "Falência ovariana incipiente: Diagnóstico e Aspectos Reprodutivos", durante o Simpósio Mundial de Ginecologia Endócrina e V Congresso Brasileiro da especialidade, de 19 a 21 de março, no Pestana Bahia Hotel (Rio Vermelho).  O médico Joaquim Lopes também vai presidir uma conferência sobre o tema "Preservação da Fertilidade". O evento é uma promoção da Sobrage (Sociedade Brasileira de Ginecologia Endócrina) e da ISGE ( Internacional Society of Gynecological Endocrinology).

      CICLO MENSTRUAL
       
   Ainda na vida intra-uterina, por volta dos 4 a 5 meses, a mulher possui cerca seis a sete milhões de óvulos. Quando nasce, já tem nos seus ovários um número bem menor de óvulos (em torno de dois milhões). Ao entrar na idade fértil possui somente 300 mil óvulos capazes de ser fecundados. A cada ciclo menstrual, para um óvulo que atinge a maturidade, cerca de 1000 são perdidos.

   Com o processo natural de envelhecimento, os ovários tendem a responder cada vez menos aos estímulos dos hormônios e, consequentemente, a gravidez torna-se mais díficil pela menor quantidade de óvulos. Aos 37 anos restam somente 25.000 óvulos capazes de serem fertilizados e essa redução caminha até acontecer a falência completa da função ovariana, ou seja, a mulher parar de menstruar e perder sua capacidade reprodutiva natural. A menopausa geralmente acontece por volta dos 50 a 51 anos.

       
    A reserva ovariana representa  a quantidade de óvulos disponíveis capazes de serem fertilizados e gerar embriões, que tenham condições de serem implantados no útero, permitindo a gravidez. Nos casos de mulheres de idade avançada e nos casais com infertilidade, o médico deverá avaliar essa reserva, principalmente através da dosagem de hormônios - entre eles, o FSH e o Estradiol - e pela contagem ultrassonográfica dos folículos antrais, presentes nos ovários.

       
   "Se a mulher que deixou para ter filhos numa idade mais madura puder estimar quando a sua menopausa vai chegar e prever seus anos de vida fértil, ela poderá planejar sua maternidade e escolher o seu melhor momento para engravidar", afirma o ginecologista, Joaquim Lopes, especialista em Reprodução Humana e diretor do Centro de Medicina Reprodutiva - Cenafert. "A reserva ovariana geralmente é adequada até por volta dos 35 anos de idade, a partir dessa fase declina e se torna mais difícil alcançar a gravidez sem recorrer a tratamentos de reprodução assistida", acrescenta.