De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC), a
gluteoplastia com prótese está entre os procedimentos cirúrgicos estéticos
mais realizados no Brasil e no mundo. Por conta disso, a "paixão nacional de
silicone" está em falta no mercado de implantes. Segundo o especialista em
cirurgia plástica e titular da SBPC, Edvan Leite, desde o final de 2009 a
única empresa nacional responsável pela fabricação das próteses glúteas não
tem conseguido suprir a procura pelo material no Brasil, gerando uma fila de
espera nos consultórios de cirurgia plástica do país.

"Este é um problema acarretado pelo excesso de procura, associado à falta de
competitividade no mercado. Só existem duas empresas que produzem este tipo
de próteses no mundo, sendo que uma delas é brasileira. Esta é responsável
por fornecer o material para o País e ainda suprir a carência de parte do
mundo", informa Edvan Leite.

Indicações

A cirurgia de glúteos é indicada para pessoas que possuem ausência completa
da musculatura, hipertrofia do músculo (casos em que nem a musculação
funciona) ou pequena flacidez na região. De acordo com Edvan, este
procedimento também pode ser feito em pessoas que estejam insatisfeitas com
a forma de suas nádegas. "Muitos pacientes acham que elas são pequenas, ou
que tem pouca projeção, e outras ainda desejam rejuvenescê-las", afirma o
cirurgião.

A cirurgia

O procedimento é realizado com anestesia peridural a partir de uma incisão
de 6 cm. O implante é colocado por baixo do músculo, entre o osso sacro e o
cóccix, ou seja, entre uma nádega e outra. "A cicatriz resultante se
confunde com a linha natural presente nesta região e, mesmo usando um
biquíni pequeno, é difícil notar a presença dela", declara o médico, que
realiza este tipo de cirurgia há mais de 10 anos.

Uso exige cuidados

Edvan Leite relata que pela alta coesividade, ou seja, espessamento do gel
que preenche as próteses, o rompimento é quase impossível. Mas ainda assim
alguns cuidados são necessários. Após a cirurgia o paciente usa a cinta
modeladora durante um mês. Ele pode caminhar e ir ao banheiro normalmente.
De qualquer forma, deve ter cuidado ao sentar e, caso isso seja necessário,
deve preferir superfícies duras que deixam a coluna ereta, para que não
ocorra a abertura da cicatriz. Durante no mínimo 10 dias é necessário que o
paciente permaneça deitado de barriga para baixo ou de costas.

De acordo com Edvan Leite esta é uma das cirurgias de maior grau de
satisfação. "Do ponto de vista psicológico o paciente que tem esse tipo de
reclamação, depois de submetido a cirurgia, tem um resgate da auto-estima e,
em algumas situações, mudam até mesmo o seu perfil psicológico", conclui.