Dias 2 e 3 de agosto, São Félix
Tasso Franco , da redação em Salvador |
29/07/2025 às 10:13
Casa da Ponte, São Félix
Foto: Jardel Souza
A Casa da Ponte realiza a primeira edição do projeto Ponte Para as Filarmônicas, nos dias 02/08 (sábado) e 03/08 (domingo), São Félix, no Recôncavo Baiano. O evento é uma iniciativa que valoriza as bandas filarmônicas como patrimônio imaterial da Bahia, e promove ações de formação, integração e troca entre músicos de diferentes gerações e linguagens musicais. Esta primeira edição contará com representantes de Santo Amaro, Cachoeira, Cruz das Almas, Muritiba, Acupe e São Félix.
Durante o encontro, os integrantes de sete filarmônicas irão participar de oficinas de flauta, clarinete, saxofone, trompete, trombone, tuba, bombardino, percussão e arranjos. As atividades serão conduzidas por músicos da Orquestra Afrosinfônica, incluindo o maestro Ubiratan Marques, e por professores convidados.
As oficinas acontecem no centro da cidade, com programação intensiva nos dois dias. Participam da ação as filarmônicas Filhos de Apolo, Euterpe Cruzalmense, 5 de Março, 19 de Março, Lyra Ceciliana, Lira Guarani e União Sanfelixta.
O encerramento do encontro contará com uma apresentação pública gratuita, no domingo (3/08), às 17h, no Porto São Félix (Avenida Salvador Pinto), aberta a toda a comunidade. O momento celebrará os dois dias de trocas entre mestres, músicos e bandas participantes, conectando tradição e contemporaneidade no espaço público.
Segundo a organização, a ação busca ampliar a visibilidade dessas instituições centenárias no cenário cultural baiano. As filarmônicas têm um papel fundamental na formação musical comunitária. “A proposta é criar pontes entre saberes musicais, entre gerações e entre territórios. Acreditamos que as filarmônicas são fundamentos históricos e culturais da música produzida na Bahia”, afirma Ubiratan Marques, maestro e presidente da Casa da Ponte.
O projeto conta com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio do Fundo de Cultura / Programa de Apoio a Ações Continuadas.
SERVIÇO
Ponte Para as Filarmônicas
Local: São Félix (BA)
Datas: 2 e 3 de agosto de 2025
Local das oficinas: Escola Balão Mágico – Rua Marechal Deodoro da Fonseca, Centro
Apresentação final: domingo, 3/08, às 17h – Porto São Félix (Av. Salvador Pinto)
Entrada gratuita
Realização: Casa da Ponte Maestro Ubiratan Marques
Apoio financeiro: Governo do Estado da Bahia, através do Fundo de Cultura da Bahia | Programa de Apoio a Ações Continuadas
CONTATOS PARA A IMPRENSA
Jamil Moreira Castro – Como Comunicação Integrada
Vinícius Freitas – Casa da Ponte
CASA DA PONTE | ORGANIZAÇÃO SOCIAL
Localizada no Centro Histórico de Salvador, a Casa da Ponte Maestro Ubiratan Marques é uma organização social dedicada à formação musical, à valorização das culturas afro-brasileiras e à preservação do patrimônio cultural, em suas dimensões materiais e imateriais. Atua com base na convicção de que a cultura, a memória e o patrimônio são ferramentas efetivas de transformação social. Criada em 2018, a Casa da Ponte abriga dois núcleos principais: o Núcleo de Difusão de Música Afrosinfônica e o Núcleo de Preservação do Patrimônio Cultural. Em um casarão do século XVIII, no Largo do Pelourinho, mantém a Orquestra Afrosinfônica, o NMM – Núcleo Moderno de Música, e um centro cultural que promove diálogos entre artistas, pensadores e comunidades de Salvador e de outras regiões. A Casa da Ponte desenvolve ainda projetos culturais e socioeducativos com foco em inclusão, identidade e acesso à educação musical. Um dos principais é o Ponte Para a Comunidade, que oferece cursos gratuitos e fortalece orquestras em territórios afrodescendentes. Em sua primeira edição, o projeto atendeu mais de 3 mil pessoas e entregou oito Orquestras Afrobaianas a instituições e blocos afro da cidade. A Casa da Ponte é um espaço dedicado à educação, à cultura e ao patrimônio, promovendo ações contínuas de formação, articulação e criação coletiva
ORQUESTRA AFROSINFÔNICA
Sob o comando do maestro Ubiratan Marques, a Orquestra Afrosinfônica é um coletivo de pessoas negras que se expressa a partir de uma abordagem decorrente de pesquisas sonoras e conceitos intimamente ligados à música afro-brasileira. Reunindo cerca de 30 músicos e estruturada por piano, percussão, sopros, contrabaixos e vozes femininas, a orquestra leva o conceito “afrosinfônico”, designado pelo maestro Ubiratan, às últimas consequências pela consciência do processo cultural da diáspora africana e pelo processo de pesquisa e estudo de repertório. É importante também dizer que essa música de matriz africana é o tripé da música brasileira, ela é praticamente quem sustenta toda a música brasileira. A Orquestra Afrosinfônica foi criada em novembro de 2009, com o objetivo de dialogar com expressões orais identitárias brasileiras tão resistentes e marcantes quanto a música de matriz africana e dos povos originários, entre tantas outras. A exemplo disso, o naipe de vozes femininas da Orquestra foi inspirado nos terreiros de candomblé e no cancioneiro popular. “Foi preciso uma ampla pesquisa sobre os cânticos em Iorubá, Mucubal, Quimbundo, Quicongo - entre outros idiomas trazidos pelos escravos negros ao Brasil e ainda utilizados por seus descendentes, principalmente nos cultos do candomblé, para sintetizar a música afro, que deu origem a toda a música baiana, ligando-a à instrumentação da orquestra e gerando um espetáculo multifacetado, bem representativo da nossa brasilidade”, explica o maestro Ubiratan.