vide
Correio , Salvador |
10/03/2015 às 11:43
Forte de Santa Maria, na Barra
Foto: BJÁ
Construídos no século XVII para proteger Salvador, então capital do Brasil, dos ataques holandeses, os fortes de Santa Maria e de São Diogo, no Porto da Barra, viraram cartões-postais da cidade pelas mãos de um argentino, que aqui desembarcou em 1938, e de um francês, que chegou oito anos depois.
“Carybé desenhou e Verger fotografou. Esses dois espaços, esse recorte e o mar da baía não são estranhos à obra”, diz o antropólogo e museólogo Raul Lody, experiente curador de exposições dos dois artistas.
Carybé (1911-1997), baiano nascido na Argentina, e o francês Pierre Verger, dois visitantes que aqui criaram raízes e se tornaram personagens icônicos, vão ganhar espaços culturais a partir de janeiro de 2016 nas fortalezas.
Fechado à visitação desde 2012, por conta das condições físicas, o Forte de Santa Maria será restaurado para abrigar a “casa” do fotógrafo Verger. Já o Forte de São Diogo, que ainda está aberto à visitação, também passará por obras para receber um centro em homenagem ao artista plástico Carybé.
Licitação
“A licitação sai agora em março”, assegura o secretário municipal de Cultura e Turismo, Érico Mendonça. “Estamos colocando dentro do aniversário da cidade. A nossa expectativa é que em maio a gente assine o contrato e são seis meses de obra. Depois, mais dois meses para implantação da exposição permanente”, explica.
Embora tenha objetivo turístico e cultural, o projeto de obras e restauro das duas estruturas será feito pela Secretaria Municipal de Manutenção (Seman). Os dois espaços serão inaugurados simultaneamente.
Os R$ 3,5 milhões, recursos para reforma e restauro, vêm da prefeitura de Salvador. Serão R$ 2 milhões aplicados nas obras do Forte de São Diogo e mais R$ 1,5 milhão destinado às intervenções no Forte de Santa Maria.
SANTA MARIA
Já o Forte de Santa Maria está fechado ao público desde 2012. “O pessoal sempre aparece aí, principalmente os turistas, tiram foto, perguntam o que tem dentro, porque não está aberto”, diz o ambulante José Carlos Paixão Oliveira, 55 anos, que trabalha ao lado do forte. O prédio acumula lixo nas laterais e tem vidros das janelas quebrados. Até uma placa entalhada no muro, que relata a invasão holandesa de 9 de maio de 1624, foi pichada.