O texto é de nosso editor Tasso Franco
Tasso Franco , da redação em Salvador |
13/03/2015 às 11:02
Salvador: 496 anos de povoado, 489 anos de capitania e 466 de cidade
Foto: BJÁ
Aniversário de Salvador 466 anos de cidade, 489 anos como Capitania Hereditária e 496 anos como Vila do Caramuru. A dica turística da semana vai para o local onde tudo começou: o Porto da Barra e imediações. Foi nesta localidade que Diogo Álvares, o Caramuru, desembarcou em 1509 a serviço dos franceses para negociar o pau de tinha (Pau Brasil), se instalou, ergeu duas capelas de Nossa Senhora da Graça e Nossa Senhora da Vitória, constituiu familia e morou até sua morte, restos mortais sepultado na Basílica da Sé, a catedral jesuitica do Terreiro de Jesus.
Caramuru constituiu o grupo familiar da Bahia que foi o mais importante durante os primeiros 200 anos do Brasil nas regiões da Bahia, Sergipe e parte do Nordeste. Salvador nunca lhe prestou uma homenagem devida, salvo no 2 de Julho quando são lembrados ele e sua esposa Catarina Paraguaçu, filha do cacique Taparica, nas personagens simbólicas do caboclo e da cabocla.
Foi no Porto da Barra que aportou Gramatão Teles, em 1534, para anunciar aos tupinambás e a Caramuru que a Corte de Lisboa iria instalar alí uma Capitania Hereditária, o que aconteceu em 1536 com a chegada de Francisco Pereira Coutinho (o Rusticão) e sua tropa em homens e armas. Pereira Coutinho era um guerreiro, rústico (daí o apelido de Rusticão) e no Porto da Barra instalou uma vila portuguesa que ficou conhecida como Vila Velha do Pereira, praticamente destruida quando ele entrou em guerra com os tupinambás.
A capitania ficou para seu filho depois de sua morte após um naufrágio próximo da Ilha de Itaparica, devorado pelos tupinambás.
Posteriormente, quando Dom João III resolve colonizar de vez o Brasil, manda a armada de Tomé de Souza com 1400 homens - soldados, canhões, mosquetões, degredados e a burocracia colonial - que aporta no Porto da Barra em 29 de março de 1549, com a finalidade de instalar um Governo Geral no Brasil (correspondente, hoje, a presidente da República), fortalecer as províncias (depois estados) e fundar uma cidade que fosse fortaleza, sede do governo central e que se chamasse Salvador, em nome do senhor.
Tomé aportou dia 29 mas só saltou da nau Conceição dia 31 de março depois de mandar a tropa na frente, ocupar as áreas da antiga Vila Velha do Pereira e negociar com os tupinambás. A partir de maio começou a construção da cidade fortaleza no altiplano onde está, hoje, a sede da Prefeitura Municipal. Tomé e Luis Dias escolheram um platô com vista alta para o mar de um lado e do outro havia um charco serpenteado por um rio que nascia na altura do atual Mosteiro de São Bento (depois, apelidado de Rio das Tripas diante da matança de bois e lançamento dos miudos no local).
São os primórdios da Cidade do Salvador, a primeira capital do Brasil, agora completando 466 anos de existência tomando-se em consideração (os historiadores do IGHB assim decidiram em Congresso no ano de 1949) a chegada da armada de Tomé na Baía de Todos os Santos, no Porto da Barra.
O PORTO DA BARRA
O Porto da Barra integra parte do bairro da Barra e é um local eminentemente turístico com a melhor praia da cidade (citada como uma das melhores do mundo na área urbana), com monumentos ao seu redor - fortes de São Diogo e o mosteiro de Santo Antonio; e forte de Santa Maria -, bares, restaurantes e um calçadão recentemente inaugurado pela Prefeitura.
Na área em frente ao Porto (a praia) não passa mais veiculos (é peatonal) e o local se estende até o antigo Hospital Espanhol. Ao lado do Espanhol está o Restaurante Pereira de boa qualidade, homenagem ao "Rusticão". Hoje, o Porto é um dos locais turísticos mais visitados da cidade e como é delicioso tomar um banho em suas águas, as mais calmas da Baía de Todos os Santos (TF).
