O castelo de Heidelberg é a principal atração turística da cidade onde se tem uma vista panorâmica muito bonita
Tasso Franco , da redação em Salvador |
31/10/2015 às 13:10
Um das ruínas monumentais da Alemanha central
Foto: BJÁ
A Dica Turística da Semana vai para o Castelo de Heidelberg a atração mais importante desta cidade medieval da rota romântica da região central da Alemanha.
Já falamos aqui do Castelo de Nuremberg. O de Heidelberg é mais imponente e tem muito mais história. Ao visitar esse monumento os turistas podem ter acesso a primeira planta do Castelo contornando suas muralhas até chegar a porta principal numa caminhada que dura entre 20 a 30 minutos.
Há, no entanto, um funicular (plano inclinado) que a maioria utiliza a preço entre 6 e 8 euros por pessoa para se visitar as duas plantas do local. Pelo funicular gasta-se menos de 3 minutos para se chegar ao pátio principal do castelo donde se tem uma vista panorâmica da cidade cortada pelo rio Neckar.
Depois, pode-se subir a outra planta, menos de 2 minutos no funicular, onde se tem uma panorâmica ainda mais bonita. Para conhecer alguns salões do castelo paga-se mais 8 euros para visitar as coleções de obras de arte e outras peças de museu.
Para quem só conhece castelo no cinema a aquelas tentativas de invasões dessas fortalezes nos filmes épicos, em Heildelberg vê-se ao vivo, como de fato eram bem fortificados esses castelos, sempre nos locais mais altos das localidades exatamente para dificultar as invasões.
Esse castelo, então, tem um fosso enorme onde pastavam veados e a altura é imensa mostrando a dificuldade que tinha os guerreiros da época para conquistá-lo.
Normalmente, nesses castelos moravam os duques, princesas, o clero, os militares e os homens de negócios, proprietários das terras. Ou seja, os nobres. A plebe morava no campo, nos arredores da fortaleza.
PRIMEIRAS REFERÊNCIAS
A cidade de Heidelberg foi mencionada pela primeira vez no ano de 1147, quando Conrado de Hohenstaufen é informado, juntamente com o seu meio-irmão Frederico Barbarossa, da herança do pai de ambos, Frederico, Duque da Suábia, na qual cabe ao primeiro a região do Reno francónio.
Em 1155, Conrado de Hohenstaufen foi feito Conde Palatino pelo seu meio-irmão, tornando-se a região conhecida por Palatinado.
O Castelo de Heidelberg é um palácio e uma das mais famosas ruínas da Alemanha. As ruínas do conjunto, um dos mais importantes edifícios renascentistas a norte dos Alpes, erguem-se 80 metros acima da base do vale, na colina norte da Königstuhl, dominando a imagem da antiga cidade.
Em posição dominante sobre o rio Neckar, o primitivo castelo medieval adquiriu a forma actual a partir de 1544. serviu como residência dos Príncipes Eleitores até à guerra de sucessão no Palatinado, quando foi destruído pelos soldados de Luís XIV de França, entre 1689 e 1693. Depois disso viria a ser restaurado apenas parcialmente.
A primeira menção a um castelo em Heidelberg ("castrum in Heidelberg cum burgo ipsius castri") surge em 1225, quando Luís I o tomou ao Bispo Heinrich von Worms como um feudo. O paço do castelo, tal como o Palatinado, pertencia aos Duques da Baviera desde 1214. A última menção a um só castelo é feito em 1294. Num outro documento de 1303 são mencionados, pela primeira vez, dois castelos:
Há, portanto, o castelo alto, erguido na Kleinen Gaisberg, no actual Molkenkur (destruído em 1537); ecastelo baixo, na Jettenbühl (a localização do palácio actual).
Graças aos recentes achados arquitectónicos e aos vestígios arqueológicos encontrados nas recentes investigações no Castelo de Heidelberg, foram descobertas sob o castelo estruturas datadas da primeira metade do século XIII.
Em 1897 foi descoberta uma janela em estilo românico tardio na parede que separa o edifício do salão de vidro (Gläsernem Saalbau) do edifício de Frederico (Friedrichsbau). Em 1976, trabalhos promovidos sobre destroços de cerca de 1400 depositados no canto nordeste do edifício de Ruprecht, e a demolição da cobertura do fragmento duma janela em forma de folha de trevo, foram encontrada semelhanças com as arcadas das janelas do Burg Wildenberg.
Em 1999, uma investigação arqueológica realizada em torno do edifício de Ludwig comprovou a existência duma zona de construção na área do palácio datada da primeira metade do século XIII.
REI DA GERMÂNIA
Quando Ruperto III se tornou Rei da Germânia, em 1400, era de tal forma pequeno que quando o monarca regressou da sua coroação teve que acampar no mosteiro dos Agostinianos, no sítio da actual Praça da Universidade. O que ele desejava era mais espaço para os seus ambientes e corte de forma a impressionar os convidados, mas também defesas adicionais que tornassem o castelo numa fortaleza.
Depois da morte de Ruprecht, ocorrida em 1410, as suas terras foram divididas pelos seus quatro filhos. O Palatinado, coração seus territórios, foi dado ao seu filho mais velho, Luís III. Luís foi o representante do imperador e o juiz supremo, e foi nessa qualidade que em 1415, de acordo com o Concílio de Constança e a mando do Imperor Sigismundo, aprisionou o deposto Antipapa João XXIII antes deste ser levado para o Burgo Eichelsheim (actual Mannheim-Lindenhof).
Em 1462, no decorrer da guerra entre Baden e o Palatinado, o Eleitor Frederico I (o "Pfälzer Fritz") aprisionou no palácio Carlos I de Baden-Baden, o bispo Jorge de Metz e o Conde Ulrico V de Württemberg. Frederico manteve os prisioneiros acorrentados e alimentados com alimentos rudes até que lhe fosse pago o resgate exigido.
O marquês Carlos I teve de pagar 25.000 florins de ouro pela libertação, tendo entregue Sponheim como penhor e declarado Pforzheim como um feudo do Palatinado. O bispo de Metz teve de pagar 45.000 florins de ouro. No entanto, o aspecto mais importante foi o facto de Frederico I do Palatinado ter garantido o seu crédito como príncipe-eleitor.
Diz a lenda que Frederico fez os seus hóspedes involuntários compreender a falta de pão às refeições mandando-os olhar, através da janela, para a paisagem devastada abaixo deles. Este episódio é contado num poema, de Gustav Schwab, intitulado Das Mahl zu Heidelberg ("A Ceia de Heidelberg").
Lenta decadência e entusiasmo romântico[editar | editar código-fonte]
Como resultado da Mediatização Germânica de 1803, Heidelberg e Mannheim tornaram-se parte de Baden. Carlos Frederico, Grão-Duque de Baden, congratulou-se com o aumento do seu território, apesar de ver o castelo como uma adição indesejável. A estrutura estava decadente e os populares haviam-se servido da pedra, madeira e ferro do castelo para construir as suas próprias casas.
A estatuária e ornamentos também foram presas fáceis. August von Kotzebue expressou a sua indignação, em 1803, contra a intenção do governo de Baden de demolir as ruínas. No início do século XIX, o arruinado castelo tornou-se num símbolo para o movimento patriótico contra Napoleão Bonaparte.
SALVADOR
O salvador do conjunto foi Charles de Graimberg. Este conde francês enfrentou o governo de Baden, o qual via o castelo como uma "velha ruína com uma multiplicidade de insípidos ornamentos a desfazerem-se", pela preservação do edifício. Até 1822, serviu como um guarda voluntário do castelo, tendo vivido durante algum tempo no Gläserner Saalbau (Edifício do Salão de Vidro), de onde podia manter um olho sobre o pátio.
Muito antes das origens da preservação histórica na Alemanha, ele foi a primeira pessoa a mostrar interesse na documentação e conservação do castelo, o que nunca acontecera com nunhum dos românticos. Graimberg pediu a Thomas A. Leger que preparasse o primeiro guia do edifício. Com as suas pinturas do castelo, das quais foram reproduzidas muitas cópias, Graimberg promoveu as ruínas do castelo e trouxe muitos turistas à cidade.
Em 1619, rebeliões protestantes contra o Sacro Império Romano Germânico ofereceram a coroa da Boémia a Frederico V, Eleitor Palatino, o qual a aceitou apesar das desconfianças, desencadeando a Guerra dos Trinta Anos. Depois da sua derrota na Batalha da Montanha Branca, no dia 8 de Novembro de 1620, Frederico V escapou como um foragido, tendo desmobilizado as suas tropas prematuramente, o que deixou o Palatinado indefeso contra o General Tilly, o comandante supremo da Liga Católica ao serviço do príncipe-eleitor da Baviera Maximiliano I. No dia 26 de Agosto de 1622, Tilly iniciou o seu ataque a Heidelberg, tomando a cidade a 16 de Setembro e o palácio poucos dias depois.
A Dicker Turm numa gravura
de Carl Philipp Fohr, 1813.
A Dicker Turm faz parte das fortificações do Castelo de Heidelberg construídas pelo Eleitor Luís V. Tinha quase quarenta metros de altura e as suas paredes sete metros de espessuara e um diâmetro total de 28 metros. No entanto, estas fortes paredes foram destruídas. A causa ficou a dever-se às linhas de ruptura, por exemplo, onde as muralhas eram perfuradas pelas seteiras. Tal também resultou do facto do arenito não ser tão sólido como a argamassa que ligava os cubos desta pedra.
A torre tinha um efeito ameaçador sobre a cidade, o que, de resto, também era intenção do seu criador, uma vez que Luís V considerava que a paz só podia ser conservada pelo medo.
Frederico V mandou transformar a parte superior da torre num teatro, copiado, em 1613, do londrino Globe Theatre. Com a instalação desta sala de teatro na Dicker Turm, o Eleitor desejou associar a origem britânica da sua esposa à continuação da tradição teatral de Shakespeare. A quase circular plataforma superior da torre tinha um diâmetro de cerca de 28 metros e uma área de 85 metros quadrados.
VERÃO
Durante o Verão, o Heidelberger Schlossfestspiele (Festival do Castelo de Heidelberg)[23] oferece, no pátio do castelo, representações de vários géneros ao ar livre. O Schlossfestspiele é organizado pelo Stadttheater Heidelberg (Teatro Municipal de Heidelberg), tendo começado ,em 1926, com uma encenação de Sonho de uma Noite de Verão, de William Shakespeare.
*** Com reforço do Wikipedia