Projeto prevê digitalização de acervo, plano e estruturação museológica do memorial, com apoio financeiro dos Editais de Museus do IPAC/SecultBA e recursos de R$ 99,2 mil do Fundo de Cultura
Da Redação , Salvador |
09/02/2017 às 12:45
Quatro da mãe Menininha
Foto: IPAC
O projeto de Requalificação do Memorial Mãe Menininha será apresentado amanhã (10), às 16h, no Terreiro do Gantois, localizado no bairro da Federação, em Salvador. A iniciativa prevê a digitalização do acervo, plano e estruturação museológica do memorial com apoio financeiro dos Editais de Museus 2016 do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), da Secretaria de Cultura (SecultBA), e recursos de R$ 99,2 mil do Fundo de Cultura da Bahia. “As ações incluem a profissionalização do memorial, a preservação de seu acervo e a disseminação das informações para o público”, ressalta o diretor do IPAC, João Carlos de Oliveira. Em 2005, o terreiro foi tombado como Patrimônio do Brasil, através do IPHAN/Ministério de Cultura.
No primeiro semestre do ano passado (2016), o diretor do IPAC já tinha entregue à Yalaxé do Gantois, mãe Carmen Oliveira Silva, com presença da Iyakekerê do Terreiro, Ângela Ferreira, os folderes coloridos do Memorial e a sinalização trilíngue do Terreiro, em yorubá, inglês e português. “Via Editais de Museus/IPAC entregamos 10 mil folderes que contam a história do Gantois e relatam o acervo e atividades do memorial”, explica João Carlos. Maria Escolástica da Conceição Nazareth, a Mãe Menininha, foi yalorixá do terreiro de 1922 a 1986.
123 ANOS – A Iyakekerê Ângela diz que a sinalização do Edital de Museus/IPAC ajudou os visitantes. “Recebemos turistas estrangeiros e a informação precisa ser dada com exatidão”, diz mãe Ângela. O evento de amanhã (10), celebra os 123 anos de nascimento da Mãe Menininha (1894-1986). O traje do público é preferencialmente branco. A abertura será feita pelo Elemaxó do Gantois, Carlos Ferreira, seguindo com a palestra ‘Revisitando o Memorial’, a apresentação do projeto por Simone Trindade (TecnoMuseu), finalizando com performance musical do Grupo Rum Alagbê.
Fundado em 1992, cinco anos após a morte da Yalorixá, o memorial tornou-se local privilegiado para se conhecer a história do candomblé no Brasil. Instalado nas dependências do terreiro, reúne cerca de 500 peças de uso ritualístico e pessoal da Mãe Menininha. O Ilê Iyá Omin Axé Iyá Massê, mundialmente conhecido como Terreiro do Gantois, foi fundado em 1849.
MATERIAL e IMATERIAL – O atual projeto surgiu do Plano de Salvaguarda do Terreiro (regulador do Memorial) elaborado em 2016. “A proposta atual inclui interpretação, organização, proteção, conservação e democratização do patrimônio material e imaterial do Gantois e, especificamente, do memorial”, diz a coordenadora de Editais do IPAC, Ana Coelho.