Conhecer os vinhedos de Portugal é uma dica preciosa
Nara Franco , RJ |
23/10/2018 às 07:48
Portugal templário
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Portugal está na moda. Não são poucos os brasileiros e europeus que buscam refúgio no país, que mesmo grande na história, mantém algumas importantes tradições que remontam aos séculos em que os lusitanos dominavam o mundo. Mas esqueça Lisboa e Porto, as cidades mais procuradas pelos visitantes. O país, mesmo pequeno territorialmente, tem tesouros a serem explorados.
Para quem gosta de uma "road trip", a Nacional 2 é uma estrada paralela às grandes rodovias, coluna vertebral do interior do país. Nela, pode-se ir de Chaves a Faro. São 737 quilômetros desde a região de Trás-os-Montes, terra de castanhas, que cruzam os grandes rios do país: Duero, Dão e o Tejo.
No caminho, você vai encontrar pequenos restaurantes, aldeias e muito artesanato. A EN2 atravessa as cidades ao invés de apenas margeá-las. As visitas são agradabilíssimas e você mergulha de fato na cultura portuguesa e seus hábitos. A paisagem começa com serras e clima úmido e abre caminho para as praias fluviais de Tondela, Góis e Pedrógão Grande.
Outra opção, também de carro, é conhecer os vinhedos portugueses. A cidade de Pinhão, por exemplo, está no Duero, centro da região vinícola com denominação de origem mais antiga, a do Duero (1756). De seu porto são oferecidos passeios de barco de mil euros em iate-hotel com pernoites.
No passeio, o visitante pode apreciar as famosas quintas: Quinta do Castro, Quinta de Santa Bárbara, Quinta do Vallado. Em Peso da Régua, a capital da comarca, vale visitar o Museu do Vinho para compreender a história da região.
De Pinhão rumo a Tua, ao norte, observa-se uma concentração maior de quintas do rio (Ronção, Malvedos, Bom Retiro, Vesúvio), com vinhedos que sobem a até 500 metros de altitude entre meandros e riachos. Não há colheita mais difícil do que a desta parte do Duero. O destaque é a aldeia Provesende. Conquistada pelos árabes, que tem cemitério romano, capela românica, fonte barroca e 10 mansões manuelinas que poderiam abrigar a vizinhança toda. Aqui, cansados e famintos, é obrigatória a parada em Papas Zaide.
Já que fomos ao império romano, que tal conhecer a cidade de Tomar? Criada no século XII para ajudar a reconquista cristã do país. Hoje, porém, Tomar tem festas, hotéis e restaurantes. Seus quatro grandes monumentos estão localizados nos quatro pontos cardeais, formando uma cruz. O castelo, construído em 1160 sobre uma colina, foi a defesa militar mais moderna de seu tempo. Ao lado, o convento de Cristo, com a Janela do Capítulo, maior expoente do estilo manuelino. No povoado ergue-se a igreja de Santa Maria dos Olivais, panteão dos cavaleiros templários e catedral de todas as igrejas do império português na América, Ásia e África. Seguindo o rio Zêzere se chega a outros castelos templários, todos eles construídos para rechaçar a invasão dos muçulmanos ou recuperados deles.
A torre de Dornes, o castelo de Soure e o de Castelo Branco são outras fortalezas templárias, mas há que se viajar até o castelo de Penha Garcia (1295) para ver o último refúgio de uma história de guerra e religião.