O Pólo de Camaçari construiu uma trajetória de sucesso nos seus 30 anos de operação. A questão que se coloca agora é a competitividade no futuro. "É importante abordarmos as questões sobre integração de correntes e modelos futuros para a matriz energética, itens que depois de 30 anos precisam ser revisitados e pensados para os próximos períodos", afirma João Lins, coordenador do Grupo de Trabalho do Cofic sobre Matérias-primas/ Matriz Energética.
PROPOR SOLUÇÕES
Segundo ele, o debate, que terá a participação de representantes do Governo do Estado, das prefeituras de Camaçari e Dias D' Ávila, da universidade e também da sociedade, "é uma oportunidade para o Complexo Industrial analisar e propor soluções para aspectos sobre matérias-primas e energia, que têm relevância diferenciada para a competitividade das empresas".
Este é mais um debate da série de sete workshops sobre temas estratégicos para o complexo que o Cofic vem realizando junto com o Governo da Bahia e as prefeituras de Camaçari e Dias D´Ávila dentro das comemorações pelos 30 Anos do Pólo.
Os resultados dos workshops servirão como subsídio para a elaboração da Carta de Camaçari, a ser entregue ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e ao governador Jacques Wagner, que se destacam entre as autoridades convidadas para o Fórum Empresarial, previsto para o dia 27 de junho, como um dos momentos de culminância da programação comemorativa dos 30 anos do Pólo.
Nafta é a base da
produção do Pólo
A maioria das empresas do Pólo Industrial de Camaçari, especialmente as do segmento químico-petroquímico, utiliza derivados de petróleo, principalmente nafta como matéria-prima. As indústrias do Pólo são responsáveis por transformar derivados de petróleo em uma série de produtos que estão presentes no nosso dia-a-dia, desde alimentos, medicamentos, fertilizantes, detergentes biodegradáveis, plásticos em geral até automóveis (pneus, painéis, revestimentos internos, estofamentos, pára-choques) e construção civil (tintas, corantes, tubos e conexões de pvc).
A perspectiva para o futuro inclui o uso de matérias-primas renováveis, como o etanol (fabricado a partir de cana-de-acúcar) nos processos produtivos, em lugar de derivados de petróleo. Também está sendo pensado o potencial do Pólo para atrair novas empresas, principalmente as que atuam na ponta da cadeia produtiva fabricando bens finais, cuja maioria ainda está sediada no sul do país.
A trajetória do Pólo de Camaçari para as próximas décadas, na opinião do superintendente geral do Cofic, Mauro Pereira, "está voltada para a expansão dos empreendimentos existentes e adensamento da cadeia produtiva, a partir da instalação de novos empreendimentos, principalmente na área de transformação de bens finais". O que, segundo ele, pode significar "um novo ciclo de produção de riqueza, com geração de mais emprego e renda para a região".