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MUNDIAL DOS CLUBES: A ZEBRA DAS ARÁBIAS QUER SER CAMPEÃ E PEGA O FLU

Pra quem não sabe, o Al Hilal, time dos milionários ‘sheiques’ árabes, foi montado com muita grana em cima, pelo nosso bem conhecido treinador português Jorge Jesus, hoje, italiano Inzaghi, ex-atleta, ex treinador da Inter de Milã
ZedeJesusBarreto ,  Salvador | 01/07/2025 às 13:09
O gol na raça de Marcos Leonardo que selou a vitória do Al Hilal contra City
Foto: FIFA

 Até pela marca, pelo marketing, pela camisa, pelos títulos, os craques, o melhor técnico do mundo ... todos esperavam uma goleada do inglês Manchester City sobre o Al Hilal da Arábia Saudita. Qual o quê! Deu ‘zebra’: - 4 x 3 para os árabes, depois um jogo eletrizante, sete gols, 120 minutos de partida com direito a prorrogação, madrugada de terça a dentro, e o Al Hilal está vivo nas quartas de final da competição, será o adversário do Fluminense. E o ‘poderoso’ City de Guardiola volta pra casa, com essa zebra na sacola.

  Mas o que teria acontecido? Perguntaria o leitor, atônito. Futebol, meu caro, esse esporte fascinante, surpreendente, que a cada dia nos ensina mais sobre a vida, o mundo. ‘Camisa não ganha jogo’, diz o refrão.  Mas tentaria explicar:

 Pra quem não sabe, o Al Hilal, time dos milionários ‘sheiques’ árabes, foi montado com muita grana em cima, pelo nosso bem conhecido treinador português Jorge Jesus (aquele que foi campeão pelo Flamengo). O treinador agora é o italiano Inzaghi, ex-atleta, ex treinador da Inter de Milão, sabedor das tretas da bola.

 É uma equipe, um time bem armado, organizado, com bom conjunto, um goleiro extraordinário (Buono, da seleção de Marrocos), um zagueiraço (o senegalês Koulibaly, o melhor em campo na partida), o lateral direito Cancelo da seleção portuguesa, os brasileiros Lodi (lateral esquerdo), Malcon (meio-campista) e o jovem centroavante Marcos Leonardo (fez dois gols).

 Sim, um bom time, com bons jogadores, guerreiros, aplicados e bem acostumados com temperaturas altas, a proximidade dos desertos... os 35 graus de Orlando, durante a partida, seriam bem melhor absorvidos por eles, óbvio.

   Do outro lado, um City em fase de reformulação, depois de uma temporada sem títulos, da saída de alguns astros, outros ainda se recuperando de lesões... e a recente contratação de 9 atletas mais jovens, apostas do mercado, nomes desconhecidos. Daí, o treinador Guardiola – um vitorioso, não gosta de perder – aproveitou a competição, nariz arrebitado, para fazer ‘laboratório’, conhecer os novos atletas, tentar encaixá-los no seu jeito de jogar. Até vinha dando certo, mas se deu mal contra os árabes.

 O goleiro Éderson (está de saída) falhou, a nova zaga vazou, o meio-campo ainda não encaixou, os pontas Savinho e Doku correm, ciscam mas são pouco objetivos, ‘cabeço pequeno’ os dois, e o artilheiro Haaland foi marcado em cima pelo becão – grandalhão e bom de bola –, o senegalês.

 O jogo

 O City até abriu o marcador, no começo do primeiro tempo (gol do bom portuga Bernardo Silva), e ficou naquele totó pra lá e pra cá, com posse de bola, desperdiçando chances, dominante mas pouco objetivo.  Daí, meio que ciente de sua ‘superioridade’,  foi surpreendido no começo da segunda etapa pela postura agressiva dos árabes, que fizeram dois gols em cinco minutos, em cochilos defensivos dos ingleses – gols dos brasileiros Marcos Leonardo e Malcon. Minutos depois, Haaland empatou. Com o calor e o cansaço, o ritmo foi pro ‘banho maria’ e deu prorrogação, mais 30 minutos. Os árabes correndo, os ingleses já sem pernas, sem fôlego, e...  Gol do imenso Koulibaly, testando um escanteio. Guardiola pôs em campo, mesmo baleado, seu talismã Folden, que empatou: 3 x 3.  Quando tudo parecida que a decisão iria para os pênaltis, num rebote de Éderson, meio lerdão, o brasileiro Marcos Leonardo fez o quarto, definiu.

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  Festança árabe no gramado, nas arquibancadas, na Arábia Saudita e no mundo árabe inteiro. O futebol árabe, com esse triunfo, essa classificação histórica, sobe um ou dois degraus, vai para um patamar, uma prateleira mais alta.

  O Fluminense que se cuide, trate de jogar muita bola se quiser chegar às semifinais.


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  Nesta terça, 1 de julho, tem Real Madrid x Juventus, às 16h; às 22h jogam Borússia Dortmund/Alemanha e Monterrey do México.  Definem-se todos os confrontos das quartas de final.