(Por Limiro Besnosik)

  O prefeito João Henrique Carneiro, o governador Jaques Wagner e a presidente Dilma Roussef receberão na próxima semana uma carta listando reivindicações de associações comunitárias e organizações não governamentais de Salvador retratando as expectativas da população quanto ao legado que a Copa 2014 pode deixar permanentemente para a cidade.

A Carta do Povo será o resultado do Fórum da Copa 2014, realizado durante todo o dia desta quinta-feira, 25, no Centro de Cultura da Câmara Municipal, com grande participação popular e representantes de muitas entidades comunitárias.

A iniciativa é da Comissão de Acompanhamento dos Empreendimentos da Copa 2014, presidida pelo vereador Sandoval Guimarães (PMDB), cuja previsão para a capital baiana é sediar jogos de outros eventos internacionais, a partir das obras em andamento: Copas das Confederações (2013) e América (2015), Jogos Olímpicos (2015) e Paraolímpicos (2017).

Hospital municipal

O presidente do legislativo municipal, Pedro Godinho (PMDB), presente à abertura do evento, disse desejar uma cidade dotada de projetos capazes de atender às expectativas e aspirações da população e com propostas socialmente responsáveis e possíveis de serem concretizadas.

O secretário municipal da Saúde, Gilberto José, acredita na construção do hospital municipal: "Não podemos ficar dependentes do Estado e das filantrópicas". O equipamento também foi defendido pelo representante da Federação de Bairros e Associações de Salvador, João Pereira.

Muitos representantes de organizações populares usaram a palavra e não pouparam críticas à situação de carência de suas comunidades. Para Raimundo Bujão, presidente da Frente Comunitária e Parlamentar Mista em Defesa de Itapuã, a cidade precisa aproveitar esta chance de resgatar sua dívida histórica com o povo negro.
 
"Não adianta discutir violência sem falar em abertura de mercado de trabalho para as populações excluídas; se houvesse mais trabalho não haveria tanta necessidade de hospitais e o problema da segurança diminuiria".

Assim como Raimundo Bujão, em nome de Itapuã, integrantes de várias entidades entregaram documentos reivindicatórios para serem anexados à Carta do Povo, a exemplo dos moradores de Cajazeiras.