Carla Zambelli, a deputada brasileira de origem italiana procurada pela Interpol para cumprir uma pena de dez anos de prisão no Brasil, foi presa em Roma. Zambelli, membro do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, possui cidadania italiana e foi condenada no Brasil por hackear o sistema de computadores do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Carla Zambelli anunciou sua intenção de voar de Miami para a Itália em junho: "Tenho passaporte italiano. Sou intocável na Itália. Não podem me extraditar de um país do qual sou cidadã", disse ela à CNN. De fato, em 5 de junho, a deputada brasileira Carla Zambelli, colocada na lista internacional de procurados da Interpol, informou à CNN Brasil que havia chegado a Roma em um voo vindo de Miami (ela havia fugido para a Flórida para escapar da prisão imediatamente após sua condenação em seu país de origem).

Segundo informou o Ministério da Justiça a parlamentar está ´presa e considerada culpada pelos crimes de invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de dados falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão.

"Carla Zambelli está em uma casa em Roma. Dei o endereço à polícia, e a polícia já identificou Zambelli", disse o deputado italiano Angelo Bonelli em postagem no X (antigo Twitter), às 16h45 desta terça-feira (29/7).

O governo brasileiro já havia iniciado os trâmites para a extradição. O gabinete do ministro Alexandre de Moraes havia enviado ao Ministério da Justiça o pedido formal para que Zambelli fosse trazida de volta ao país e cumpra a pena em território nacional.

Segundo a Polícia Federal, os agentes que prenderam Carla Zambelli a levaram para uma delegacia italiana. A partir de agora, as autoridades locais têm 48 horas para dar encaminhamento ao processo da deputada. A decisão envolverá soltar a deputada, mandar para prisão domiciliar ou extraditá-la.

Ao chegar no Brasil, a prisão também precisará ser analisada pelo plenário da Câmara dos Deputados, que poderá mantê-la ou derrubá-la.

A Sentença

A líder do Partido Liberal (PL), mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, recebeu um mandado de prisão do Supremo Tribunal Federal (STF) após a decisão de Zambelli de deixar o Brasil, onde foi condenada em maio a dez anos de prisão por hackear o sistema de justiça nacional. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, caracterizou sua fuga como "inequivocamente destinada a evadir-se da justiça brasileira", ordenando o bloqueio de seus bens, contas bancárias e perfis em redes sociais, e solicitando a intervenção da Interpol..