O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde da Bahia - Rede Privada (SindiSaúde), Raimundo Teixeira, informou que o Departamento Jurídico da entidade sindical estuda ações judiciais contra a direção do Hospital Sagrada Família, no Bonfim, que no dia 12 divulgou um parecer sobre as circunstâncias em que o corpo do recém-nascido João Pedro Pinheiro Conceição foi cremado.
 
"O parecer, acompanhado da demissão de um funcionário subalterno que não tem autoridade para cremar nenhum paciente falecido, não tem confiabilidade. O SindiSaúde, representante dos trabalhadores, em nenhum momento foi convidado a participar de uma comissão de apuração. Não houve pleno direito de defesa e nem mesmo algum órgão oficial participou da tal apuração. O relatório e a demissão parecem mais como uma forma de dar alguma satisfação à opinião pública e esperar que o caso caia no esquecimento", afirmou Raimundo Teixeira.

O sindicalista questiona a demissão do funcionário argumentando que os trabalhadores em saúde só fazem algum procedimento com instrução clara de um superior. "Nada é feito em uma unidade hospitalar sem o conhecimento das chefias.

Pegaram um funcionário que exerce a função de auxiliar de serviços gerais e o culparam. Quem pode acreditar que um funcionário que não ocupa uma função graduada tomaria decisão unilateral de cremar um bebe? Se falta controle no Hospital Sagrada Família, será que outros corpos já foram cremados de forma clandestina?" Além das possíveis medidas legais o SindiSaúde vai acompanhar o inquérito policial que está em andamento na 3ª Delegacia de Polícia, no Bonfim.
 
"Queremos uma investigação rigorosa e que os responsáveis sejam apontados. Não concordamos, porém, que se pegue um funcionário subalterno e se jogue sobre ele toda a culpa sem que ao menos o SindiSaúde, como representante dos trabalhadores, tenha tomado parte na apuração. Tudo o que o Hospital Sagrada Família fez é no mínimo questionável", finalizou Raimundo Teixeira.