Chuvas de trovoadas podem amenizar a situação na Chapada Diamantina
Da Redação co m G1 e A Tarde , da redação em Salvador |
26/11/2015 às 14:15
Cartão postal da Chapada Diamantina torrado
Foto: Jornal da Chapada
Os brigadistas fazem uma ação de emergência nesta quinta-feira, 26, no Vale do Capão, no município de Palmeiras, na Chapada Diamantina. A intenção é aproveitar que a chuva, que caiu nesta quarta, 25, diminuiu os focos de fogo e fazer um rescaldo para impedir que as chamas voltem quando o sol esquentar. A medida é coordenada pela Associação de Condutores de Visitantes do Vale do Capão (ACV-VC).
De acordo com a ACV-VC, um foco de incêndio atingiu a região do Sobradinho. Uma equipe foi enviada para combater as chamas, que estão se alastrando rapidamente. Mas os brigadistas tiveram que interromper o trabalho por volta das 20 horas, por conta da tempestade de raios. Mas uma forte chuva conseguiu conter a situação.
Mesmo assim, ainda é possível avistar fumaça no Sobradinho e Boqueirão. Por isso, os brigadistas fazem o rescaldo no local.
AINDA HÁ FOCOS
Algumas das belas paisagens da Chapada Diamantina foram afetadas pelo fogo que atinge a região há mais de duas semanas. As imagens mostram a vegetação queimada próximo ao Rio Mucugezinho e de um dos cartões postais da região, o Morro do Pai Inácio. O trabalho de combate ao fogo é feito por brigadistas voluntários, bombeiros e aeronaves. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sema), os focos de incêndio ainda estão nas localidades de Morro Branco, Barro Branco e Serra do Sobradinho. Nas regiões de Folha Larga e do Vale do Capão, o fogo é considerado controlado e segue em monitoramento.
A previsão é de que ao menos 30 mil hectares tenham sido atingidos na região com o incêndio. A pasta ainda informa que a chuva atingiu várias cidades da Chapada na quarta-feira (25). Há registros de chuvas em Seabra, Lençóis, Palmeiras, Andaraí, Ibicoara, Mucugê, Barra da Estiva, Iraquara, Piatã e Abaíra.
Danos ambientais
O secretário de Meio Ambiente do Estado, Eugênio Spengler, avalia que os danos causados pelo incêndio sejam difíceis de ser revertidos. “As perdas são muito grandes. Talvez não se possa superar [danos]”, definiu. A destruição de orquídeas, a morte de animais e impacto sobre as nascentes são apontados como as principais consequências do incêndio. Localizada no Centro da Bahia, a Chapada Diamantina é apontada pela Superintendência de Fomento ao Turismo (Bahiatursa) como coração do estado. O Rio Paraguaçu, por exemplo, responsável por parte do abastecimento das regiões metropolitanas de Salvador e Feira de Santana, sofreu com os impactos do fogo.
“A Chapada é uma caixa d´água, podemos chamar assim. Aqui nascem muito rios. Um deles é o Rio Paraguaçu, que abastece grande parte da região metropolitana de Salvador e da região metropolitana de Feira de Santana. Cerca de três milhões e 500 mil pessoas são abastecidas por ele [nessas localidades]”, explica. Por conta dos incêndios, houve destruição de vegetação que fica na nascente do rio. “Vai demorar alguns anos para ser recuperada. Daqui a pouco vai chover, e isso [a falta de vegetação na nascente] compromete com erosão e assoreamento. A quantidade e a qualidade da água pode ser afetada”, estima.